"Você nasceu para ser putinha!"
Hoje completo a maior idade, como dizem. Antes de sair com os amigos para
comemorar meu vigésimo primeiro aniversário deixei-me relaxando na banheira num
morno e delicioso banho aromatizado por sais e espuma farta. Fiz um retrospecto
de minha vida e quando fui buscar minhas relações amorosas foi impossível não
recordar meu mais delicioso e audaz orgasmo.
Como toda adolescente eu tinha minha paixão platônica não
correspondida, mas sublimada. Meu corpo reagia àquele menino como se estivesse
em presença de poderoso alergênio. Taquicardia, apneia, tremores e arrepios, dispneia
e tudo mais. Era intenso demais. Não lembro de nenhuma colega que relatasse
sintomas tão intensos. Nem eu comentava isso com nenhuma delas.
A presença de Fernando tinha o dom de iluminar instantaneamente meu dia
e liberar intensas ondas de prazer para, com seu afastamento, para usar a descrição
da moda, deixar tudo cinza.
Provavelmente por isso foi tão fácil para Ari ganhar meu carinho, meus
beijos e dominar, aos poucos, todo meu corpo.
Ari era primo de Fernando. Sabia de minha paixão por ele, mas ficava
feliz quando, me ignorando, oprimo passava por nós e brincava com ele. Toda vez
que isso acontecia Ari conseguia ir um ponto mais longe em sua conquista de
territórios e eu me viciei em gozar com Ari a cada visita de Fernando.
Tudo isso deu origem ao mais delicioso dia de minha vida. Fernando
passou por nós quando saíamos da escola e estávamos a caminho da casa de Ari
para namorar. Ari me convencera a deixá-lo me ver totalmente nua e eu estava
naquele momento tremendo de ansiedade como ovelha a caminho do abate.
Só que neste dia, em especial, Fernando, sempre abusado, me notou. Me
olhou de cima abaixo. Pegou em meu queixo. Beijou minha face e murmurou a
fatídica frase:
- Você nasceu para ser putinha!
Enquanto ele se afastava sem mais ligar para mim e sem perceber as
intensas reações que provocara no meu corpo que estava em curto-circuito, o
babaca do Ari convida seu primo:
- Estamos indo lá pra casa. Aparece mais tarde!
Foi ali mesmo que tudo começou. Estávamos no meio da rua, mas Ari
percebeu o quanto eu estava abalada e conseguiu, sem que eu esboçasse reações
ou me preocupasse se alguém estava nos vendo, enfiar a mão entre minhas pernas
e acariciar minha xotinha diretamente simplesmente afastando minha calcinha.
Gozei. Gozei naquele instante. Um gozo, digamos, infantil. Mas os dedos
que Ari cheirou, lambeu e me fez chupar estavam molhados da minha intensa
lubrificação.
Não! A umidade vaginal não era novidade para mim. Mas nunca ocorrera
com tal intensidade nem, tampouco, com tanta rapidez.
Ainda com a moleza provocada pelas deliciosas e sucessivas reações
corporais, eu estava sendo praticamente arrastada para a deserta casa de Ari.
Sabia que tinha que deixar ele me ver nua. Isso era o combinado. Talvez por
isso meu copo permaneceu ardente por todo curto caminho. Mas juro que meu maior
temor era ser vista nua, ao lado de Ari, pelo meu idolatrado Fernando que me
chamara de putinha.
Em alguns relatos as meninas se escondem com um manto de pudor. Fernando
estava certo. Não lembro deste pudor. Só lembro de minhas intensas excitações
quando me envolvia em atividades altamente proibidas pela sociedade por estarem
na esfera sexual.
Minha sorte é que Ari não foi afoito. Brincamos, comemos frutas,
namoramos e quando ele foi deixando-me nua eu estava, na verdade, muito à
vontade e muito a fim de sentir prazer.
Deitamos na enorme cama dos pais dele e ficamos brincando. Lembro nossa
surpresa com as dimensões do piru dele. Estava enorme e duro demais. A casa
estava em silêncio e isso me deixava prevenida aos abusos daquele garoto
conquistador. Por isso eu mantinha, durante todo o tempo, minhas pernas muito
bem fechadas, coladas mesmo.
Talvez por isso tenha deixado ele ficar acariciando a parte superior da
minha vulva. Aquilo estava realmente delicioso. Um leve arrepio passeava em meu
corpo lingando o ponto que recebia outras carícias (pescoço, seios, orelhas,
boca) àquele polo concentrador dos comandos de prazer.
Certa de que não corria maiores riscos fechei meus olhos e me deixei
acariciar e retribuindo apenas segurando aquele "pirusão" que se
anunciara de forma tão pronunciada naquele dia.
Sem nada ouvir percebi algo como se alguém tivesse sentado na cama.
Impressão?
A carícia de Ari mudou, ficou mais deliciosa. Ele forçara a ponta do
dedo médio para entre minhas coxas e fizera mais pressão. A ponta de seu dedo
atingiu meu grelinho e ele passou a mover-se com tal intensidade que gozei
gemendo acanhada e baixinho.
Só então, em pleno gozo, sorrindo - lembro bem - abri os olhos para
agradecer aquele gozinho.
Algo estava diferente e me assustei quando me vi entre Fernando e Ari.
Eles trocavam a vez de me acariciar o grelinho. No susto me descuidei e
minhas pernas estavam mais entreabertas. Nunca escancaradas, mas indefesas para
aquele tipo de carícia.
Foi aí que aconteceu. Eu não estava gozando. Experimentava orgasmos.
Eram orgasmos e tão significativos que perdi totalmente o controle do meu
corpo.
A parte superior de meu corpo rolava de um lado ao outro, trêmulo,
desconexo. Meus lábios balbuciavam sons sem conseguir exprimir qualquer palavra
concreta, meus olhos reviravam, meus seios estavam irritantemente sensíveis de
tão intumescidos e cada toque de dedos ou lábios provocava o acirramento do
orgasmo me levando às raias do ensandecimento.
Meu orgasmo virara uma verdadeira agonia. Eu precisava, ao menos,
conseguir respirar, aquietar meu coração descompassado, porém o prazeroso
prazer se intensificava de forma inacreditável. Nunca imaginara, naquela
ocasião, tal intensidade de prazer. Na realidade eu devia estar experimentando
meu primeiro orgasmo completo, mas não posso afirmar. Só sei que meu corpo
quicava na cama. Minhas pernas se mantinham fixa presa sob as pernas dos dois.
Meus olhos, quando conseguiam ver o que se passava encontravam o
penetrante e feliz olhar de Fernando. Ao vê-lo satisfeito comigo eu perdia mais
uma vez a visão concreta que cedia espaço à sensação do prazer intenso.
Eu gemia, eu gritava, eu agarrava braços, puxava cabelos, queria que
tudo aquilo parasse, estava desnorteada, mas ao mesmo tempo queria que aquilo
fosse eterno.
Algo foi crescendo na minha maior profundidade, foi tomando meu corpo,
exigindo uma resposta minha. Agarrei-me ao pescoço do amado Fernando, consegui
colar seus lábios aos meus, pude sentir-me beijada, correspondida. Lembro de,
no auge, agarrar seu cabelos e sentir meu corpo escapulir para cima daquele
corpo másculo tão endeusado por mim.
Estava agora em outra esfera. As coisas passaram a ter outra frequência
de tempo. Tudo estava em câmara lenta. Os sons, os gestos, as sensações.
Foi assim, em câmera lenta, que vislumbrei o "piruzão" do
Ari. Agarrei ele com força enquanto sentia a pica de Fernando abrindo caminho
em minhas entranhas. Um estampido interno pareceu-me uma explosão e trouxe de
volta o tempo.
Naquele instante senti-me profundamente penetrada e imediatamente
socada com violência na boceta que ardia deliciada. Minha mão se encharcara da
porra de Ari que ejaculava em pleno gozo. Minhas pernas eram erguidas
facilitando a velocidade, intensidade e deliciosidade das maravilhosas
estacadas da pica de Fernando dentro de mim.
A luz ficou mais forte, mais clara, mais branca. Transformou-se em um
clarão. Perdi a noção de tudo: tempo, espaço, pessoas, de mim mesmo e veio a
escuridão. Deliciosa, enorme e reconfortante escuridão.
Eu, que com as carícias manuais já não suportava um gozinho sequer, fui
deflorada e atingi, pela primeira vez meu mais intenso orgasmo, com o homem que
era minha platônica paixão, que se mostrara enorme dentro de mim e assim, tão
realizada e extasiada de prazer, também pela primeira e única vez na vida,
desmaiei.
Lembro até hoje as caras apavoradas que encontrei com os olhares
preocupados focados exclusivamente em mim. A dificuldade deles recuperarem a
libido. De como a puta se revelou naquela menina que durante aquela tarde, em
sua primeira relação sexual, conseguiu satisfazer a dois homens enquanto experimentava
todos seus orifícios de prazer: boca, boceta e cu. Todas as posições. Prazeres
que iam da simples carícia, ao sexo oral e daí à difícil dupla penetração onde
os três tiveram que aprender juntos a como fazer.
Agora sim, eu estava pronta para a minha festinha particular de
aniversário. Éramos dez pessoas apenas. Iríamos imediatamente para um motel que
aceitava grupos. Nove pessoas que eu já experimentara na vida, mulheres e
homens, estariam lá exclusivamente para o meu prazer.
Fernando estava certo: - Nasci para ser puta!