Uma Menina Mineira

Antes de casar morei em Irajá, um subúrbio do Rio de Janeiro e hoje uma cena me encheu de saudades. Vi um cara molhando seu gramado e lembrei que a mudança, sempre tão chata nos primeiros dias, foi cansativa, mas valeu a pena.
Foi a primeira casa que comprei com meu dinheiro e antes de me mudar fiz uma reforma que incluiu trocar o mato do jardim por grama. Era uma casa sem muros e eu queria o jardim mais bonito da região. Para isso levantava mais cedo, antes das sete da matina, para molhar o jardim diariamente.
Na casa em frente morava uma família e eu via o casal sair e logo depois, com seu uniforme de normalista, saia uma menina e ia só até a esquina. Parecia ser filha única e só os três moravam ali.
Diariamente o namorado dela parava o carro, ela entrava, trocavam beijos e carícias por apenas uns dez minutos e ela corria para casa enquanto ele sumia de vista provavelmente indo trabalhar.
Ela voltava sempre esfogueteada. Rosto vermelho, olhar refletindo a paixão que lhe queimava as entranhas, desalinhada, me olhava envergonhada e corria para casa de onde saia recomposta minutos depois seguindo para o ponto de ônibus do fim da rua.
Numa segunda-feira o carro do namorado parou na porta e ela não foi à escola aquele dia. Na terça-feira, exultante, quase aos pulinhos, realmente saltitante, lá foi ela para a esquina. Ficou lá por muito tempo e ele não apareceu.
Quarta-feira a cena se repetiu e ela depois de esperar mais de quinze minutos desceu cabisbaixa e em prantos.
Desliguei a mangueira, atravessei a rua, parei na frente dela e estendi meus braços. Não sei de onde tirei coragem para tamanha ousadia. Para minha surpresa ela se agarrou ao meu corpo e deixou o desabafante pranto correr livre. De repente se afastou e correu para casa onde entrou batendo a porta.
Voltei ao meu jardim e a menina recomposta abriu a porta, veio até onde eu estava, me pediu desculpas. Estava lindamente tristonha. E começou a desabafar:
- Você já adivinhou o que aconteceu, não é mesmo?
- Acho que sim. Você era virgem?
- Não. Mas foi a primeira vez que ousei acreditar em um homem, mesmo achando que ele era casado, a paixão nos cega.
- Quer conversar mais? Vamos entrar. Assim não chamamos a atenção de ninguém. Sei que você hoje não tem condições de ir a aula.
Estendi a mão para ela. Ela aceitou minha mão e me seguiu ainda desabafando.
- A primeira vez foi com um primo no interior. Estávamos cavalgando, paramos numa praia de rio, ele me convenceu a entrar na água e eu, confiando em meu primo e sem maiores vergonhas, entrei só de calcinha e sutiã.
Ela entrou, sentou ao meu lado no sofá e continuou falando.
- Ele, na brincadeira, acabou me beijando e me deixei envolver, eram sensações novas e deliciosas. As mãos dele percorriam meu corpo que queimava e explodia de tanto desejo.
- Seus dedos me levaram ao êxtase. Um sentimento forte que apertava meu ventre me fez estremecer e amoleci amparada por ele. Juro que não percebi que ele fez com que minhas pernas o abraçassem. Juro!
- Ali, molinha, molinha, envolvida naquele sentimento, naquele torpor, desfrutando um inédito e inesquecível prazer senti minha calcinha ser afastada e um dedo ir entrando em mim, estava delicioso.
- Só então percebi as duas mãos me acariciando, lembrei de minha virgindade, mas já estava mais uma vez gozando nas mãos daquele bruto que me tomou por inteira se aproveitando da confiança que depositei nele por ser meu primo.
- Não estou dizendo que foi forçado. Como explicar?
- Foi desavisado, não autorizado, delicioso mas com duras consequências. Ele não saia de mim e eu não parava de tremer de prazer, foi intenso, posso dizer que foi estupendo, mas eu me arrependi, chorei muito e me fechei para os homens.
- Mesmo sendo normal para as minhas colegas eu não queria que tivesse sido daquela forma e não confiei em mais ninguém até esta segunda-feira.
A esta altura ela estava deitada em meu colo, eu acariciava seus cabelos, enxugava suas lágrimas que rolavam doloridas em sua face durante todo relato entrecortado por soluços e as vezes até interrompidos pelo pranto.
Ergui o corpo dela, me abracei a ela tentando transmitir aquela sensação de abrigo, cumplicidade, camaradagem.
Mesmo não querendo vê-la chorando acabei perguntando:
- Afinal, o que aconteceu?
- Ele queria uma prova de meu amor, eu adivinhava que ele só queria sexo, mas mulher apaixonada fica burra. Cedi, combinei, me preparei e me entreguei a ele. Desta vez sim, foi totalmente maravilhoso, intenso, arrebatador.
- Não tive coragem de negar nada do que ele me exigia. Sim, ele me exigia e também a força que emanava dele me fazia sentir ainda mais mulher numa entrega submissa, total.
- Nas horas que passamos juntos aconteceu de tudo, quase tudo era para mim uma primeira vez. Experimentei o sexo oral entregando a ele meu corpo. Depois retribui e quando ele pediu engoli até a última gota seu sêmen e me realizei por estar enchendo o meu homem de prazer.
- A parte mais difícil foi quando ele começou a penetração anal. Doeu. Mas eu resisti àquela dor incentivada pelos comandos dele e me vi cavalgando em seu corpo sem qualquer pudor.
- Deixei ele louco de prazer. Ele perdeu o controle, me deu palmadas na bunda e depois no grelinho me fazendo explodir junto com ele que inundou minha bundinha.
Ela se descontrolou mas logo retomou:
- Tomamos banho juntos. Voltamos para cama. Trocamos carícias e juras de amor. O celular despertou, ele só tinha a manhã livre e correu para o trabalho.
Mais um pranto forte e depois a dolorosa conclusão:
- Depois que se foi, depois de receber meu maior presente, minha total entrega. Depois que eu voltei a acreditar em um homem... Nenhuma ligação. Não atende as minhas chamadas. Não mais veio ao meu encontro. Só então me dei conta que não sei onde ele mora, não sei onde ele trabalha, nada sei sobre ele a não ser, que apesar de tudo estou sofrendo por amá-lo.
Consolei a menina. Disse que ele ia voltar. Mostrei o quanto ela era linda enquanto forçava para que ela tomasse comigo o café da manhã. Ficamos conversando sobre tudo, escola, amigos, família. Já estávamos brincando, a dor estava, pelo menos momentaneamente amenizada.
Fizemos um almoço rápido. Almoçamos. Sentamos de frente a TV e começou um filma romântico daqueles bem água com açúcar. No final do filme mansas lágrimas rolaram de seus olhos. Ela se abraçou a mim prendendo meus braços com os dela. No afã de consola-la sorvi suas lágrimas com meus lábios em pequenos e delicados beijos.
O choro aumentou de volume, eu já não dava conta e acabei colhendo lágrimas já junto aos lábios dela e sem perceber estávamos nos beijando levemente, lábios apenas roçando uns nos outros até que ela tomou minha nuca e me beijou calorosamente me surpreendendo.
Nos empolgamos e os botões foram-se abrindo, corpos se tocando, aureolas e bicos intumescidos enquanto beijados com volúpia. Mais roupa caindo no tapete. Logo dois corpos também caiam rindo sobre o tapete, colados, trocando calor.
Os lábios daquela louca menina foram percorrendo meu corpo, me arrepiando, rodando sobre mim, beijando minhas coxas, tomando de mordidas e lambidas as partes internas da coxa me causando fortes arrepios e extremo desejo e logo ela chegou ao meio das minhas pernas e tomei seu corpo sobre o meu e passei a retribuir, mas ela estava tomada pela revolta, pelo desejo de vingança, pela dor e era insuperável.
Enquanto eu tentava de tudo para dominar sua vulva ela mordia meu grelinho e sugava-o fortemente me fazendo explodir e perder o controle num inesperado e súbito orgasmo nunca dantes experimentado.
Aliás, tudo era inusitado, nunca sentira atração por alguém de meu próprio sexo e aquela menina, uns dez anos mais nova que eu, estava me transportando para um inédito e supremo prazer. Fui arrebatada pela língua e dedos daquela menina e me entreguei inerte só saboreando aquele momento jamais sonhado.
Passamos a namorar diariamente. Ela voltava da escola e se jogava em minha cama me arrastando com ela. EU ainda tinha vinte dias de férias e nem ligava de ficar esgotada. Eu me acabava e ela sugava minhas energias revitalizando-se. Sua juventude plena me arrastava e arrasava. Eu experimentei orgasmos múltiplos, consolos, vibradores, fiz de tudo, comprei diversos brinquedos, me esforcei para retribuir a alegria que ela me dava. Mas, apesar de tudo, via nela uma tristeza doentia.
Um dia o canalha voltou, bateu na porta dela, levou uma bofetada e conseguiu conversar por menos de cinco minutos.
Naquela tarde minha campainha toca. Ela me abandona em pleno gozo e nua com estávamos ela corre até a porta, puxa o ex-namorado até meu quarto, o faz sentar na poltrona e se joga sobre mim. Nunca pensei que o prazer fosse um dia me extenuar. Ela me fazia gozar sem parar.
Ele assistia a tudo, aos poucos ficou nu, membro ereto. Mas ficou calado até eu extenuada pedir um tempo para respirar. Ela me deixou deitada, foi até ele, deu-lhe uma bofetada e mandou ele se vestir e ir embora.
Ela pensou que tinha tudo sob seu controle. Entretanto ele pegou seus cabelos, dobrou seu corpo através dele e praticamente enfiou sua pica na boca da menina. Pensei em reagir mas ela ajoelhou e chorando passou a chupá-lo com prazer.
Ele afastava o rosto dela de sua enormidade e mandava ela pedir perdão. Submissa ela pedia perdão, levava uma amorosa bofetada e imediatamente buscava aquele falo com sua ansiosa boca.
De repente ele a jogou em cima de mim, mandou ela me chupar vagarosa e deliciosamente que ele ia comer seu cuzinho.
Ela obedeceu ajoelhando na cama e arrebitando a bunda enquanto voltava a me chupar. Ele praticamente montou sobre ele e sem qualquer cuidado passou a castigar aquele buraquinho róseo e delicado.
Ele perguntava se ela queria palmadas e ela balançava positivamente a cabeça sem abandonar minha vulva. Estava mais endiabrada que nunca. Gozou desabando sobre meu corpo, me beijando a boca e os seios recebeu ele, ainda ereto, em sua vagina e se agarrou a mim em um desnorteante gozo.
Ele simplesmente saiu de dentro dela e informou que ia gozar.
A menina, como que uma mola, pulou, caiu sentada na beira da cama e sugou aquela pica enquanto ele deixou. Não consegui ver uma gota sequer de sua ejaculação, ela engolia tudo deliciando-se com aquilo.
O inusitado ficou para o final. Ele deu uma bofetada nela mandando ela para de chupá-lo, ela saiu correndo do quarto voltou com uma vassoura e enxotou ele ainda nu para fora de minha casa, jogou a roupa dele pela janela e ameaçou:
- Nunca mais apareça! Sou menor e vou dar parte hoje mesmo de estrupo. Se eu lhe ver novamente faço seu retrato falado para a polícia e dou seu telefone.
Depois de tudo ficou olhando calada ele recolher as roupas e correr para o carro, pulou na cama rindo pela primeira vez de felicidade. Abracei seu corpo e ela completou explicando toda sua felicidade:
- Agora eu sei que vai ser ele que vai sofrer. Está apaixonado, não resistiu, me procurou, me obedeceu e acreditou que sou menor, mesmo querendo não vai poder voltar.

Pena que o que é bom dura pouco. O babaca havia nos fotografado e postou nosso enlevo nas redes sociais e a menina voltou com os pais para Minas Gerais.


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Borges C. (Toca de Lobo) 
O Contador de Contos 

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